O Programa “Ruas do Povo” foi
idealizado pelo governo para tirar literalmente as pessoas da “lama” e ajudar
os municípios do Acre que enfrentam um grande problema de infraestrutura
urbana. Com o crescimento desordenado das cidades, onde cada vez mais as
pessoas saem da zona rural e buscam uma nova alternativa de sobreviver, chegam à
cidade e começam a fazer suas moradias em lugares impróprios, sem as mínimas
condições para locomoção e com vários problemas de infraestrutura. Faltam
nesses locais ruas, saneamento básico, água potável, energia elétrica, mas, sem
opção já que venderam o que tinham e apostaram em uma nova alternativa de vida
acabam enfrentando esses e outros sérios problemas nos lugares que
“escolheram”, para fincar suas moradias.
Isso vem acontecendo em vários
bairros do nosso município, sem que o poder público intervenha e crie as
condições necessárias para amenizar tais situações. No inicio do ano (2013),
várias famílias invadiram um terreno no bairro do Ipepaconha. Muitas dessas
famílias moravam em áreas de risco – na beira do rio – no Bairro da Praia.
Acontece conforme informações muitas outras pessoas que não tinham essa
necessidade, aproveitaram a “onda” de invasão e se apropriaram de alguns
terrenos. Esse é apenas um fato, mas, outras situações de moradia irregular se espalham
pela cidade.
Em 2011, o governo do Estado,
lança um programa para amenizar essa situação critica que viviam várias
famílias, em nosso município muitas ruas foram contempladas com o Programa
“Ruas do Povo”, e de fato já melhorou a situação de muitos moradores, isso é
inquestionável, mas, a qualidade do serviço dispensado é que deixa brecha para
reclamações. Estive visitando o Bairro de Copacabana, mais precisamente
entrando pela Rua Áurea Acioli, em frente à escola Deuzuite Barroso e me
deparei com várias ruas atendidas pelo programa. Até ai tudo tranquilo, afinal
muitas pessoas nem sabe que ali para trás da Av. Avelino Leal, existe muitas
moradias. E perguntando a um morador, ele me dizia que era um sufoco na época
do inverno se deslocar ou até mesmo sair de casa para fazer as compras dos
mantimentos e para as crianças irem à escola então era muito difícil e hoje
melhorou muito.
Observando o formato das ruas
executadas pelo programa observei que as mesmas tem a forma de um “H”, as ruas
não se encontram entre si. Fiquei bastante tempo observando e faço o seguinte
questionamento: já que seria feito um alto investimento no local, por que não
fazer as ruas de forma a se integrar entre si? Será que houve planejamento para
o local? Teve fiscalização na execução do programa?
São questionamentos que pairam
no ar. Os moradores reclamam que não tem água, a rede foi colocada, mas, ainda
não está em funcionamento. Conversei com o gerente do Depasa, ele me confirmou
e me disse que as ruas ainda não foram entregue pela empresa responsável pela
obra e que há uma previsão de tudo se normalizar agora no mês de março. Não
planejaram uma área de lazer para a criançada, ficam jogando bola na rua. No
geral pude constatar que por ser uma área muita acidentada – cheias de morros –
é um trabalho complicado de fazer, mas se é pra fazer que se faça bem feito.
Afinal de contas estão sendo empregados ali recursos públicos.
Deixar um dos melhores programas
de inclusão social sem a qualidade que merece e que com certeza foi pensado no
seu inicio é querer que o programa não seja implementado do jeito que foi
gestado pelo governo. Temos convicção que a população aprova esse programa,
mas, sabemos que ele deve ser implementado com toda a infraestrutura para
proporcionar as pessoas um bem-estar necessário para engrandecer o lugar em que
vivem.
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